Músicas para crianças!

Sempre fiquei um pouco incomodada com as letras de músicas infantis!
Acho que eleas deixam algumas crianças traumatizadas, fala sério, que criança consegue dormir sabendo que sua mãe atirou o pau o gato, com a intenção de matar, depois saiu para o trabalho e seu pai foi pra roça deixando a criança sozinha pra Cuca e para o Boi-da-cara-preta irem lá pegá-la? O que ela fez pra a Cuca e pro Boi-da-cara-preta? E quem é a Cuca? Aquele jacaré horrível de peruca loira do Sítio do Pica-pau amarelo? E fica ensinando o seu filho a fazer chichi na canequinha falando que é caldo de galinha, daqui a pouco ele vem todo alegrinho com uma caneca na mão insistindo pra você beber seja lá o que tiver lá dentro dizendo que é um maravilhoso caldo de galinha! E aquela dos pintinhos:
Meus pintinhos venham cá
Tenho medo da raposa(óbvio)
A raposa já morreu(mentira, que coisa feia mentir para os pobres pintinhos)
É mentira da senhora(que falta de respeito)
Acho que está na hora de começar a pensar em músicas mais educativas, porque boi-da-cara-preta, nana neném que a Cuca vem pegar, meus pintinhos venham cá, atirei o pau no gato, fui no tororó beber água num achei(coitado, ficou com sede e ainda achou a morena que ele tinha deixado lá sozinha, ah quer saber, bem feito, ninguém mandou deixar a coitada lá sozinha, agora fica com sede) deixa as criancinhas traumatizadas. Não acredita? Eu posso provar:

- E aí, véio?

- Beleza, cara?

- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.

- Quer conversar sobre isso?

- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?

- Como assim?

- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar.
Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?

- Nunca.

- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?

- Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?

- Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que meu pai tem um caso com a vizinha?

- Como assim, véio?

- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!

- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.

- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.

- Tipo o quê?

- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato.
Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!

- Caramba! Mas por que ela fez isso?

- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.

- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.

- E sabe a Francisca ali da esquina?

- A Dona Chica? Sei sim.

- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá,
paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.

- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.

- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me
contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.

- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.

- Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.

- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.

- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco nessa rua.

- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?

- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.


Beijinhos açucarados!

2 Comentários:

sabrina disse...

É a mais pura verdade... e sem faalr na ponografiiA... aushuhas
ilariio...
dá pra riiir um kdooo
hauhsuahushuahsuas
xD

Luiz Pereirão disse...

Quem daqui já viu jaspion? tartarugas ninjas? e só luta, na melhor expressão: porrada. e por causa disso virou um serial killer?

nunca senti vontade de matar um gato na minha infância por causa disso ou mentir por causa dessas músicas

se uma pessoa vira bandido não é SÓ por causa disso. é um conjunto de fatores: falta de educação, acompanhamento dos pais, más companhias, TE-LE-VI-SÃO...

li muito "tem que mudar a música e etc", mas não ouvir "tem que mudar a música, a educação dos nosso filhos, filtrar a informação da televisão"

mudar só as músicas não é suficiente. Não dá pra viver na inocência em tempos sem descência.

Mas a discução é válida, mas para vocês terem uma idéia, as melhores lembranças da minha infância sõ com essas músicas...

Grande Abraço

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