Eu não sei bem porque resolvi fazer esse post, eu não gosto muito de falar de mim, mas me disseram que sou boa para falar do que estou sentindo, e hoje estou sentindo muita coisa.
Acho que vai ser bom contar um pouco sobre um ano bem complicado: 2008.
Eu estava na sétima série e era o meu oitavo ano na mesma escola, eu gosto de lá e meus amigos estavam lá, pessoas que eu conhecia a 7, 5, 2 anos... pessoas que eu confiava.
E então entraram alunos novos, e uma das alunas novas, não sei bem porquê, acho que não foi com a minha cara. Eu não me lembro como começou, só lembro que durou muito tempo e que foi difícil.
Eu sempre gostei de Português, eu gosto de escrever, gosto da matéria, sempre me dei bem com todas as minhas professoras de Português, e com o professor Igor não foi diferente, nós éramos grandes amigos e eu gostava da aula dele, e eu entendia a matéria, mas não era assim com todos os alunos.
Chegaram as notas do primeiro teste, eu fui bem, e a maior parte da turma nem tanto, como é sempre mais fácil culpar o professor do que admitir que conversou durante a aula, não fez os exercícios e etc., eles reclamaram que o Igor não explicava bem, mas mais do que isso colocaram na cabeça que eu falava mal de certos alunos para o professor, fui ameaçada por uma das alunas, a que não foi muito com a minha cara, e com o tempo a turma foi se afastando de mim.
Quando eu passava, faziam caras de repulsa, cochichavam, e reviravam os olhos para tudo que eu dizia, ou então sussurravam "puxa saco" para mim. Em uma turma de 15 alunos, 12 pararam de falar comigo, ou então só falavam comigo para me deixar constrangida. Até que chegou ao ponto de irem na direção e me acusarem de ter um caso com o professor. Acho que foi a coisa mais louca que já disseram sobre mim.
A direção não acreditou, é claro, eu estudei lá a vida toda e sempre fui uma boa aluna, as diretoras sabiam que eu não precisava ficar com um professor para ter notas azuis no boletim.
Mas é claro que isso me deixou triste. Pessoas que eu conhecia a tanto tempo se afastaram de mim por causa de boatos, e isso fez com que eu me sentisse descartável. Eu já era tímida antes disso, mas depois me tornei ainda mais tímida e insegura... foi difícil, e eu teria ficado bem pior se não fosse pelos meus pais.
Bem, o ano foi passando, os boletins foram chegando, minhas notas continuaram boas, em todas as matérias, e as de alguns alunos da turma nem tão boas, em outras matérias além de Português, prova de que a culpa não era do professor, pelo menos não só dele.
E assim, aos poucos, voltaram a falar comigo, minha amizade com o Igor continuou a mesma, e eu recuperei a confiança naqueles que haviam se afastado de mim... mas eu não recuperei a confiança em mim! Isso levou mais tempo.
Eu não sei qual é a graça em humilhar tanto uma pessoa e torná-la aquilo que eu me tornei, insegura. Chamar alguém de burro, não te deixa mais inteligente, de gordo, não te deixa mais magro, de feio, não te deixa mais bonito... tudo que diziam de mim, para mim não fazia o menor sentido, mas magoava!
Hoje eu estou melhor, eu me sinto mais confiante, mais segura, mais feminina e mais feliz e, do fundo do meu coração, não guardo um pingo de mágoa daqueles que tanto me machucaram!
Eu não sou perfeita, nunca fui, e nunca vou ser, ninguém é, e ninguém vai ser, mas isso não quer dizer que certas pessoas são melhores que outras, e que algumas pessoas podem humilhar outras quando bem quiserem porque é engraçado, porque só é uma piada quando todos riem!
É, eu não sei andar de bicicleta, não sei andar a cavalo, tenho medo de altura, não gosto de água gelada, tenho pavor de insetos e principalmente de aranhas, quando estou sentada na máquina de costura sempre tenho a sensação de que vou costurar meu dedo junto, sou um desastre em todo e qualquer esporte, não gosto de parques de diversão, já usei freio de burro, tenho 1,46 de altura, sou tímida, e quando me empolgo muito com algum assunto eu falo mais que um locutor de rádio, eu choro com filmes, com músicas, com livros, em despedidas e choro muito de saudade, me apego facilmente e sempre coloco os sentimentos e necessidades dos meus amigos a frente dos meus sentimentos, tenho a mania de querer carregar o mundo nas costas, sou ansiosa, sofro por antecipação, sou dramática e tenho tendência a exagerar, também sou uma péssima mentirosa, exigente e detalhista, amo desenhar e detesto tudo que desenho, não sei lidar bem com elogios e gosto de escrever ouvindo música, sou desafinada quando canto e faço NANANA quando não sei a letra, vivo tropeçando no próprio pé e derrubo tudo que está no meu caminho, e o que não está no meu caminho também, eu gosto de dançar e gosto de cozinhar, mas não danço bem e não cozinho bem, eu amo cheiro de terra molhada, amo tudo que é colorido e amo carros, principalmente os antigos, amo tudo que é antigo, eu sou uma leitora compulsiva, e eu assistia Rebelde, sabia todas as músiquinhas da RBD, no fundo eu achava rídiculo, porque, bem, é ridículo, mas eu via, e ouvia, e cantava, amo fotografias antigas, e em 2006 fui empossada na Academia Itaperunense Juvenil de Letras, sou frequentemente constrangida pelos amigos dos meus pais(meus "irmãos" mais velhos, como eles dizem), mas os amo demais para ficar chateada, sou preguiçosa e não gosto muito de estudar, mas não sou fresca nesse ponto, não faço drama com as minhas obrigações, se eu tiver que fazer, eu faço, como pouco e sou fresca com comida, não que eu me importe com o meu peso, é que assim como eu, meu estômago é pequeno, tenho acne como todo adolescente e amo chocolate como a maioria das pessoas, e um dos dias mais felizes da minha vida foi quando, após comprar um livro eu disse ao vendedor: não precisa colocar em uma sacola, eu carrego na mochila. Ele sorriu e disse: o meio ambiente agradece!
Sim, eu me senti super bem quando recusei um saco plástico, foi uma sacola a menos para matar tartarugas.
Enfim, acho que isso é tudo que posso dizer sobre mim, eu tenho muitos defeitos notáveis e poucas virtudes que possa me vangloriar, mas isso não quer dizer que sou pior ou melhor que alguém, e eu sou uma excelente amiga, quando sei que precisam de mim!
Beijinhos açucarados!
